Este caderno é publicado por ocasião da exposição O que pode a arte? 50 anos do Maio de 68 (15.05 – 29.09.2018) com curadoria de Nuno Crespo e Hugo Dinis, onde as pinturas de Júlio Pomar das séries The Beatles (1965), Futebol / Rugby (1967) e Mai 68 (CRS-SS) (1968) foram expostas.
No âmbito da pesquisa e da investigação que o Atelier-Museu Júlio Pomar tem vindo a fazer sobre a obra do artista, revelou-se pertinente traçar uma genealogia das pinturas que o mesmo executou desde o início da sua estadia em Paris até às manifestações do Maio de 1968. Neste sentido, descrever-se-á o percurso sinuoso e hesitante, de um período artístico que revela várias direcções possíveis, rumo a uma mudança profunda notória nas pinturas das séries Banhos Turcos, colagens eróticas, Les Amies, d’après Courbet e Retratos. Em síntese, este texto irá debruçar-se sobre as séries Tauromaquias (1963), Étreinte (1963), Bataille (d’après Uccello) (1961-1964), Metro (1964), Luta (1965), pinturas abstractas destruídas (1964-68), Catch (1965), Corridas (1965) e assemblages (1967) a fim de entender quais as mudanças existentes e que importância tiveram para os desenvolvimentos pictóricos da obra do artista.