Pensar e trabalhar as acessibilidades físicas, sociais e intelectuais, com vista à participação cultural de todas e todos, tem sido uma das prioridades da Egeac nos últimos anos para as suas actividades e para os seus equipamentos. O debate em torno das acessibilidades tem sido alvo de crescente preocupação na esfera pública e social mas muito há ainda a fazer para que o acesso efectivo às artes e à cultura se cumpra de forma plena nos diversos espaços, quer nas suas componentes primárias, quer nas mais estruturantes e fundadoras: mentais, políticas e intelectuais.
Procurando dar um passo em frente e tentando contribuir para uma acessibilidade alargada das obras de Júlio Pomar, nomeadamente para pessoas invisuais, o Atelier- Museu Júlio Pomar – Egeac, publica agora, no âmbito da exposição de retratos de Júlio Pomar (2020), entrevistas em braille, conduzidas por Sofia Passadouro, a personalidades retratadas pelo artista. Embora estas entrevistas foquem rostos e pessoas, transmitem muito mais do que uma imagem: antes falam de um retrato psicológico e afectivo ligados ao universo e ao modo de estar do artista e das pessoas que com ele se relacionaram.