15h - 18h
Se o documento é um testemunho do seu próprio tempo, se os materiais de arquivo ajudam a reactualizar o passado e os seus significados no presente, o que acontece quando não há documento nem materiais de arquivo? Que tipo de olhar dirige o presente ao passado quando não encontra nas entidades responsáveis pela inscrição do acontecido (espólios pessoais, arquivos institucionais) os registos documentais de determinadas parcelas desse mesmo passado?
Esta sessão é sobre o esquecimento, a distracção e a negligência, ocasionais ou intencionais. Procura reflectir sobre como se pode reconstruir a memória e reconfigurar o passado a partir da activação de processos de conhecimento que articulam documentos epocais com as imagens conceptuais do presente. Detém-se sobre a acção de peneirar a cultura material para filtrar as fontes documentais e iconográficas que auxiliam a elaboração de novas histórias. Interessa-se pelo processo de evidenciar perspectivas desvalorizadas e acontecimentos dissonantes que auxiliam a complexificar a temporalidade histórica e a sua relação com o presente.